Murmurar palavras...
As aves cantam em chilreio sonoro matinal.
Assim avisado o dia que começa
campo que atravessas
de sol a sol em sortilégio no viver da idade
onde o pão que colhes
teu pai te ensinou.
Dobrado pela dor removes a terra ancestral e
sempre o fim é
o talento tansmitido
na ceifa prometidora.
Acaba o dia e regressas
agarrado à enchada
em que apoias a esperança.
O sol cai e na terra escura
as aves aproveitam a iguaria.
Aceitas o tempo que acaba
ao lume da lareira
onde o caldo ferve
tempero do dia que virá.
Ainda não sonhas o futuro
por ser breve o alvorecer
do chilreio matinal.
Sonoro aviso da vida pela manhã.
Começa a vida, outro dia,
olhando sempre a tua terra
sustentas a esperança
e no fim terás mudança.
As aves cantam em chilreio matinal
todas as manhãs, curvado
de sol a sol, a cavar
nada te dão afinal
e, de volta, lá vem o chilreio
sonoro matinal.
Neste rodopio
a terra será funda
e o sol se apagou;
teu corpo cansado e frio.
Maia: 15/6/2013
Luís Pedro Viana
Sem comentários:
Enviar um comentário