quarta-feira, 20 de março de 2013

TRANSCENDÊNCIA

TRANSCENDÊNCIA

Quantos milhões ou biliões de avós
Jazem atrás de mim… Não sei aonde.
Na névoa impenetrável que os esconde
São presenças sem corpo, almas sem voz.

De quem vim eu? E quantos somos nós?
Tanto quero saber! Ninguém responde…
Na densa escuridão, sem luz que a sonde,
Há um muro de silêncio espesso, atroz.

Quando foi que nasceu esta cadeira?
Qual o primeiro par que a começou?
Com que genes, com que amor, com que ciência?

Mistério que me envolve e que incendeia
A curiosa inata que inda sou
Das coisas transcendentes da existência.

Maria Ramajal Jorge
in “Na Flor da Velha Idade”
Porto, 11-5-1999

Sem comentários:

Enviar um comentário