quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ORFANDADE


ORFANDADE

Ali, na cunha aonde Trás-os-Montes
Se fica a despedir do Rio Douro,
Nasci fechado em verdes horizontes,
Sem nome grande e sem promessas de ouro.

À beira-Tâmega, entre duas pontes,
Marão à vista, qual castelo mouro,
Ao som das águas de velhinhas fontes,
Foram nevões e Sol o meu tesouro.

Por vinhas e silvedos a correr,
Até à hora de aprender a ler,
Livre e feliz passei a minha infância.

Porém, da má fortuna injusto erro
Parou-me a vida e pôs-me no desterro
A morrer de saudade… na distância!

Manoel do Marco

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