LAU e
TEL de Pin (1)
Passeia
nos meus sonhos um riacho
de
gulosos fulgores verdes e azuis
um
riacho que vai dar à fonte
cujo
vestido é de grinalda em flor
O riacho
estremece num corropio lau
a fonte
vestida de margaridas pin
o dia
enfeitado de nuvens brancas
e a
música tem graves sons de tel
O lau de
tel faz pin de espalhafato
na palma
da mão enfeitiçado rio
de
madrugada aspiro o ar da noite
e depois
tusso devagarinho ao frio
Passeia
nos meus sonhos um ribeiro
que
perpassa nas raízes centenárias
duma
araucária de globos e de lau
no piano
de cauda traz o rabo ao léu.
(parte
2)
A noite
de Gaia é uma esquisita forma de roer
a última
nota musical da rebeldia
faz de
conta que é lau não sendo tel
faz de
conta que a noite foi de dia
Ao léu
de lau o frio que arrepia
é pin
sem mais ninguém que o diga
que tel
de tal semeia em campo ocre
e não
colhe sequer uma espiga
A noite
de Gaia é uma intrusa tensa
com
rendas de liceal às tantas da manhã
quando
tudo acorda é que ela se deita
num
campo de chita cortinados pin
E dorme.
A meio do sono faz chichi no pote
o chichi
faz lau enquanto pinga
e a
pinga escapa-se-lhe a trote
na
frincha do soalho que é de pin.
Fernando
Morais
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