O vento
fala com as folhas das nuvens na sombra
da
saudade
Páras a
cada esvoaçar de tílias no chilreio dos pardais
dançando
nos telhados quentes dos beirais
Que
importa a visita pendurada da aranha na folha branca
das tuas
palavras?
São patas batendo à porta de cada sílaba na vida de
cada pedra
No coração de cada folha cantam outras teias de
flores acordando tintas de madrugadas.
São patas batendo à porta de cada sílaba na vida de
cada pedra
No coração de cada folha cantam outras teias de
flores acordando tintas de madrugadas.
Descobre
a transparência em cada erva,
flor
selvagem
melro bravio
em serena vadiagem
Soletra os tropeços nas arestas do vale
e nas margens do regato
ouve
o teu sangue na vida que és
e quanto ela vale
melro bravio
em serena vadiagem
Soletra os tropeços nas arestas do vale
e nas margens do regato
ouve
o teu sangue na vida que és
e quanto ela vale
Prende-a
nos olhos do espelho de ti próprio
penetra
no vale
tateia a beleza que foge nas tuas horas de ócio
Mergulha na calma do pó
sê tudo
sê nada
tateia a beleza que foge nas tuas horas de ócio
Mergulha na calma do pó
sê tudo
sê nada
Sê tu
Só!
Manuela
Barroso
in
"Eu Poético"
lido
por Maria de Lourdes Ferreira
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