quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Na manhã o teu nome é um alfabeto de dióspiros



Na manhã o teu nome é um alfabeto de dióspiros
que de noite apanho pelo chão. Junto-os
num cesto. Reconstruo a tua paisagem.
E ficas em divida comigo.
Deixámos na mesa um ramo de rosas,
jacintos e antúrios e os perfume que
inebriou o ar branco. Cantando
a canção, a canção fora a memória
da chuva escrita nas vidraças.
Seria eu em dívida para contigo,
não sie, às vezes o poema mente,
ou não mente, é a paisagem que se
amotina, põe-se de pernas para o ar
e encontramos a manhã reunida
numa praça da noite  a paisagem
reconstruída. As cadeiras que deixámos
no chão da sala, as árvores que tombaram
sobre a mesa… O tempo é o espaço verde dum
tampo branco e tu o poema, a luz
de uma lágrima à luz do sol.

Fernando Hilário
A idade das paisagens anteriores
lido por Manuela Caldeira

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