JANELAS
As janelas iluminadas da minha
cidade
são mundos fechados,
estrelas isoladas.
Quem lá mora, não sei se vive
e quem lá vive, não sei se mora.
As janelas iluminadas da minha
cidade
são portas trancadas
à fraternidade,
orifícios abertos à maledicência
- e quem lá mora, não sei se vive,
não sei se está -, porque
das janelas iluminadas da minha
cidade
ninguém vê a humanidade,
ninguém vê que há verdade
nas
janelas
não iluminadas
da minha cidade.
in “Fragmentos de um Percurso Interior”
Maria
La-Salete Sá
Sem comentários:
Enviar um comentário