quarta-feira, 21 de agosto de 2013

JANELAS



JANELAS

As janelas iluminadas da minha cidade
são mundos fechados,
estrelas isoladas.
Quem lá mora, não sei se vive
e quem lá vive, não sei se mora.

As janelas iluminadas da minha cidade
são portas trancadas
à fraternidade,
orifícios abertos à maledicência
- e quem lá mora, não sei se vive,
não sei se está -, porque

das janelas iluminadas da minha cidade
ninguém vê a humanidade,
ninguém vê que há verdade
nas
janelas
não iluminadas
da minha cidade.

in “Fragmentos de um Percurso Interior”
Maria La-Salete Sá

Sem comentários:

Enviar um comentário