quarta-feira, 20 de março de 2013

DESPREZO


DESPREZO

As vezes sinto desprezo por mim
Somente por saber ler, só por isso
Muitos perguntarão. como assim
Eu respondo… não lia tanto lixo
Não lia que era a troika que mandava
No meu país soberano e independente
Nem tão pouco me desesperava
De ter um governo tão incompetente

Não lia o prefácio de um livro
Que resume dois anos de governação
Nem o prefácio, nem o artigo
Merecia a minha desilusão
Chegava em ouvir as opiniões
Dos que gostam de ler e escrever
Todos os colunistas unanimemente
Diriam: - Que Presidente tão incompetente

Não lia as leis aprovadas
Pelos partidos da maioria
Com assento na Assembleia da República
Nem lia que sindicatos e patrões
Andam de mãos dadas… quem diria!
Para evitar o corte de quatro mil milhões
E no analfabetismo do meu contentamento
Desconhecendo que havia estas santas uniões
A mim mesmo perguntaria
Que bosta é este parlamento
Que tem tantos e tantos ladrões

Como sou um cidadão revoltado
E como sei ler e escrever
É pelas palavras que deixo o meu recado
Para quem as queira ouvir
São escritas e ditas em forma de poesia
Por agora são faladas em circuito fechado
Mas quando chegar a verdadeira Democracia
Estas e outras palavras de desagrado
Serão ouvidas e ditas em todo o lado.
Dando vivas ao fim de tanta tirania.

15 de Março, 2013
António D. Lima 

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