sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

OLHOS NEGROS


OLHOS NEGROS

Por teus olhos negros, negros,
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.

E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança
Mas fiar-me eu neles, não.

Só negros, negros os quero;
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim..
Nunca mais dizem que não.

Almeida Garret
in “Mário Soares – os poemas da minha vida”
lido por Maria Antónia Ribeiro

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