CIGARRO APAGADO
Sobrepujou sombra no banheiro escuro
silhueta dum homem amargurado
reflectido um país de duvidoso futuro
sendo só seu por império e emprestado
Perdido na memória ficara com o tempo
de um tempo que se fazia caminhando,
camisa desabotoada, cabelos ao vento,
calções, defronte a marés d’espanto
Tudo mudara só ele integro se mantivera
- Mantendo o corpo perdera o que tivera
brincando c’o passado à falta de presente
Percebia o inferno vendo-o diariamente
Na espiral do fumo perdido,
restando a casa sem que fosse seu abrigo
(Cigarro) apagado, fenecendo sem queixume,
disse Inácio: Acendê-lo-á tua mãe c’outro lume!
Cito Loio
30/12/2012
(a meu pai – Por sua morte)
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