NÃO
DEIXANDO DE COMEMORAR O DIA DE ONTEM, 27 DE JANEIRO, EM QUE SE COMPLETARAM 68
ANOS DA LIBERTAÇÃO DO CAMPO DE EXTERMÍNIO NAZI, EM AUSCHWITZ – BIRKENAU NA
POLÓNIA: TRAGÉDIA QUE FOI A MAIOR VERGONHA DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, DE TODOS
OS TEMPOS, ONDE FORAM ASSASSINADOS PARA CIMA DE UM MILHÃO DE JUDEUS E UM NÚMERO
MUITO ELEVADO DE CIGANOS E PRISIONEIROS DE GUERRA; APROVEITO O ENSEJO TAMBÉM
PARA HOMENAGIAR O GRANDE PORTUGUÊS QUE FOI ARISTIDES DE SOUSA MENDES – UMA DAS
GLÓRIAS DE PORTUGAL, QUE TANTO HONROU O SEU PAÍS NESTE CONFLITO. ASSIM SENDO,
PASSO A TRANSCREVER UM POEMA INTITULADO COM O MESMO NOME, EXTRAÍDO DO MEU LIVRO
“LOBOS FAMINTOS”:
AUSCHWITZ-BIRKENAU
Abutres
sem asas de pinguelim na mão,
Num
mundo de criminosos e inocentes,
Onde o
ódio embruteceu as mentes,
Matando
seres humanos, sem compaixão:
Assassinos:
feras de patas levantadas,
Pisando
cadáveres, com botas engraxadas!
Empurrados,
assim, para uma morte atroz,
Desesperados,
sob os chicotes dos assassinos,
Ali,
descalços e nus, esperando uma voz,
Choravam
os filhos de David, como meninos,
Pedindo
a salvação, invertendo os seus destinos
E que
não os abandonassem, porque estavam sós!
Inferno
e ódio e vida envenenada;
Ventos
de fumo que dos crematórios saiam:
Dispersos,
nauseabundos à terra devolvidos,
Fustigavam
corpos de esqueletos doloridos,
Falando
às almas em triste debandada
Abandonando
os Judeus, que assim morriam!
E o
pobre Rabino, em grande desalento,
Caminhando
descalço e desnudo, como os seus;
Angustia
perante tanto sofrimento,
Olhou
pró Céu, em oração e muito triste:
“Oh! Pai
poderoso, porque não salvas os Judeus?”
Entrando
em dúvidas se Deus realmente existe!
E, hoje,
num dia de sol dourado, ho céus!
Muito
distante, muito longe em tempo e espaço,
Embora
nada tenha feito e de nada acusado,
Peço
humildemente a todos os Judeus perdão,
Pela
vergonha que sinto e pelo meu cansaço,
De haver
pertencido a tão triste geração!
Artiménio
Simões
lido por Fátima Ferreira
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