quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

AUSCHWITZ-BIRKENAU



NÃO DEIXANDO DE COMEMORAR O DIA DE ONTEM, 27 DE JANEIRO, EM QUE SE COMPLETARAM 68 ANOS DA LIBERTAÇÃO DO CAMPO DE EXTERMÍNIO NAZI, EM AUSCHWITZ – BIRKENAU NA POLÓNIA: TRAGÉDIA QUE FOI A MAIOR VERGONHA DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, DE TODOS OS TEMPOS, ONDE FORAM ASSASSINADOS PARA CIMA DE UM MILHÃO DE JUDEUS E UM NÚMERO MUITO ELEVADO DE CIGANOS E PRISIONEIROS DE GUERRA; APROVEITO O ENSEJO TAMBÉM PARA HOMENAGIAR O GRANDE PORTUGUÊS QUE FOI ARISTIDES DE SOUSA MENDES – UMA DAS GLÓRIAS DE PORTUGAL, QUE TANTO HONROU O SEU PAÍS NESTE CONFLITO. ASSIM SENDO, PASSO A TRANSCREVER UM POEMA INTITULADO COM O MESMO NOME, EXTRAÍDO DO MEU LIVRO “LOBOS FAMINTOS”:

AUSCHWITZ-BIRKENAU

Abutres sem asas de pinguelim na mão,
Num mundo de criminosos e inocentes,
Onde o ódio embruteceu as mentes,
Matando seres humanos, sem compaixão:
Assassinos: feras de patas levantadas,
Pisando cadáveres, com botas engraxadas!

Empurrados, assim, para uma morte atroz,
Desesperados, sob os chicotes dos assassinos,
Ali, descalços e nus, esperando uma voz,
Choravam os filhos de David, como meninos,
Pedindo a salvação, invertendo os seus destinos
E que não os abandonassem, porque estavam sós!

Inferno e ódio e vida envenenada;
Ventos de fumo que dos crematórios saiam:
Dispersos, nauseabundos à terra devolvidos,
Fustigavam corpos de esqueletos doloridos,
Falando às almas em triste debandada
Abandonando os Judeus, que assim morriam!

E o pobre Rabino, em grande desalento,
Caminhando descalço e desnudo, como os seus;
Angustia perante tanto sofrimento,
Olhou pró Céu, em oração e muito triste:
“Oh! Pai poderoso, porque não salvas os Judeus?”
Entrando em dúvidas se Deus realmente existe!

E, hoje, num dia de sol dourado, ho céus!
Muito distante, muito longe em tempo e espaço,
Embora nada tenha feito e de nada acusado,
Peço humildemente a todos os Judeus perdão,
Pela vergonha que sinto e pelo meu cansaço,
De haver pertencido a tão triste geração!

Artiménio Simões
lido por Fátima Ferreira

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