DEZEMBRO
Já sinto o frio agreste.
Das minhas entranhas,
descem lavas apagadas
dum Inverno que detesto.
As árvores abrem seus braços
como agradecendo ou
louvando o Alto.
Acesa a lareira, num livro
sacio o meu olhar.
Conta um romance de Verão;
do rumorejar das ondas
batendo nos penedos e
das gaivotas beijando o areal…
Corpos desnudados, entregam-se
num idílio quente.
Relembro o meu Verão e
meu soma aquece por completo.
Enrosco-me na manta e
enterro o pescoço, na gola do camisolão.
Olho. Está cinzento.
Acalmo-me!
Fernanda Garcias
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