quinta-feira, 22 de novembro de 2012

DEZEMBRO


DEZEMBRO 

Já sinto o frio agreste.
 
Das minhas entranhas,
descem lavas apagadas
dum Inverno que detesto.
As árvores abrem seus braços
como agradecendo ou
louvando o Alto.
 
Acesa a lareira, num livro
sacio o meu olhar.
Conta um romance de Verão;
do rumorejar das ondas
batendo nos penedos e
das gaivotas beijando o areal…
 
Corpos desnudados, entregam-se
num idílio quente.
 
 
Relembro o meu Verão e
meu soma aquece por completo.
Enrosco-me na manta e
enterro o pescoço, na gola do camisolão.
 
Olho. Está cinzento.
Acalmo-me!      
 
Fernanda Garcias

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