Se
alguém te interrogar sobre os meus medos, mãe
diz-lhe
que a minha alma inquieta os quis afogar,
senti-los
mortos na escuridão da noite prenha de fantasmas
nas
cicatrizes do meu espírito
quando
tentaram despir a pureza do meu corpo.
Diz-lhe
que no silêncio da minha memória
nenhum
deus desceu dos céus para me ajudar
nenhuma
estrela me inundou
nenhuma
lua me acenou
ao
lamento dos meus olhos assustados.
Diz-lhe
que vagueei ausente de mim
chorei
entre as brumas do tempo
envolvida
pelos medos que não consegui matar.
Se
alguém te interrogar sobre os meus medos, mãe
diz-lhe
que hoje sou o que sobrou de mim
porque
as cicatrizes do meu espírito ainda me doem.
Teresa
Gonçalves
in “Pleno Verbo”
lido
por Idiema
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