sexta-feira, 27 de setembro de 2013

este poema é para ti



este poema é para ti.
para ti, que te encontras algures num lugar sem lugar
distante e impreciso, onde o sol não nasce e o vento varre
a liberdade de te poderes levantar.

para ti, que em inumeráveis ondas de mates vivas
se apagaram velas de sonhos e chegas a meio do caminho
da vida, já cansado.

para ti, que invadido pela febre do poder, ambição e egoísmo,
construíste o castelo efémero onde vives e não quiseste
pousar a flor do pão na mão que se esconde envergonhada
no bolso roto.

para ti, que buscas o prazer do momento no círculo do
amor comprado e não tens consciência se estás a comprar
ou se estás a vender.

para ti, que procuras nos beijos divinos do Universo a von-
tade de manteres acesa a luz da esperança e dela fazes a
lanterna do amor e da paz.

para ti, que descobres na subtileza da palavras a vibração da
semente a romper para a vida no sentido dos actos.

este poema é para ti.

Teresa Gonçalves
in “Pleno Verbo”
lido por Helena Dinis

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