quarta-feira, 21 de agosto de 2013

NAS ESTRELINHAS DE UM AZUL INCERTO



NAS ESTRELINHAS DE UM AZUL INCERTO

Corri a ponta dos dedos
na lombada da tua quietude
Tentei abrir o livro da tua mudez
E só encontrei a tua boca vazia de palavras
Nas Folhas ilustradas do teu silêncio.

Retive-me na capa do teu olhar
Abstraído em terras nuas de horizontes
Reinventei-te no frontispício
Mas tu escondeste-te na badana
Acomodaste-te às palavras que derramei
Como espumante, em nome de ti, no prefácio.

Chamei-te nas margens das páginas
No reduto secreto da tua história
Mas tu não respondeste
Pegaste na minha mão
E conduziste-me a uma neblina
Que me arrastava para o lugar
onde convergem todas as sombras peregrinas
ancoradas no ninho efusivo dos sentidos.

Perdida nas teias de uma sintaxe translúcida
Descobri a tua nudez inerte, na contracapa…
… e nas entrelinhas do azul incerto do teu ser
perdi-me no desfecho da tua ausência
… e fechei o livro.

Fátima Veloso

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