NAS
ESTRELINHAS DE UM AZUL INCERTO
Corri a
ponta dos dedos
na
lombada da tua quietude
Tentei
abrir o livro da tua mudez
E só
encontrei a tua boca vazia de palavras
Nas
Folhas ilustradas do teu silêncio.
Retive-me
na capa do teu olhar
Abstraído
em terras nuas de horizontes
Reinventei-te
no frontispício
Mas tu
escondeste-te na badana
Acomodaste-te
às palavras que derramei
Como
espumante, em nome de ti, no prefácio.
Chamei-te
nas margens das páginas
No
reduto secreto da tua história
Mas tu
não respondeste
Pegaste
na minha mão
E
conduziste-me a uma neblina
Que me
arrastava para o lugar
onde
convergem todas as sombras peregrinas
ancoradas
no ninho efusivo dos sentidos.
Perdida
nas teias de uma sintaxe translúcida
Descobri
a tua nudez inerte, na contracapa…
… e nas
entrelinhas do azul incerto do teu ser
perdi-me
no desfecho da tua ausência
… e
fechei o livro.
Fátima
Veloso
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