MEMÓRIA
num
recanto da lembrança
a
custo entro
e
olhando este recanto
fecho
os olhos
e assim
vejo os só retalhos
que
há lá dentro
e eles
me surgem quais destroços
quais
destroços.
e nesse
recanto (que é
fechado
e
não se quadra
a
guardar barcos perdidos
sem
amarra
e
viajantes afogados
sem
viagem…)
há
somente uma raiz
seca,
torcida
de uma
árvore que foi verde
que
foi vida
e jaz
agora morta
sem
folhagem.
e há a
sombra de uma história
lá
contida
na
esfumada paisagem diluída
na
imensa dor – palor
de
uma memória
e ainda as inexploradas
as
lunares
solidões
defendidas
por
pilares
de um
inatingível
alto
muro.
Maria
Virgínia Monteiro
in “Voz Submersa”
lido
por Ester de Sousa e Sá
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