MÁSCARAS
Do teu
castelo de altivez desceste
feita
águia
- penas
azuis a faiscar ao sol –
e
abeiraste-te do meu pântano de infortúnio
e mágoa
onde não
pudeste mergulhar.
Poisaste
à margem,
mas nem
sequer ousaste olhar a água
e
rever-te
no
espelho das palavras que eu te dava.
Delas
fizeste pedras
para
alevantares um muro
de
silêncio
e te
esconderes lá dentro dele.
Mais uma
vez!
Mas quem
sabe ao certo o que é “lá dentro”?
Dentro
ou fora é tudo o mesmo.
Na
metade de uma laranja
que um
diâmetro delimita
poisa a
mosca
e, na
outra, a aranha.
Quem
está dentro e quem está fora?
O que
pensa uma da outra?
A
máscara que mostramos a quem nos olha
encobre
tudo aquilo que nós somos
e aquilo
que ocultamos
é o que
muitas vezes nos revela.
Quem
sabe se nesse peito içado de águia
não se
esconde o coração de uma andorinha?
Miguel
Leitão
23 de
julho de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário