quarta-feira, 22 de maio de 2013

FILHO DO DOURO



FILHO DO DOURO

Alguns portos são varandas de chegadas;
outros portos são os últimos redutos.
E partimos com as vistas marejadas,
chegamos de olhos tristes, mas enxutos!

Por força do destino, as debandadas,
me trazem ao nosso Porto! Em minutos,
as minhas carnes tristes e orfanadas
despiam para sempre os negros lutos!

Vi este Porto, aberto a receber,
e a luz do sol na cinza a renascer!
a luz do Porto, feita prata e ouro…

E desde então fiquei. mas abismada!
O Porto me deu tudo, e deslumbrada,
casei com o meu amor, filho do Douro!

Maria de Lourdes Martins
in: “Colectânea de Poemas Maiatos”
lido por Fernanda Cardoso

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