quarta-feira, 22 de maio de 2013

É NOITE…



É NOITE…

É noite... nada vibra...nada fala...
Tudo mergulha num sonho vago e mudo.
E a solidão desprende-se de tudo
Qual bálsamo subtil que a noite exala.

Silêncio... estou sozinha... eu me desnudo
Manifestando a dor, sem disfarçá-la.
E por adormecê-la e suavizá-la,
A noite envolve a terra, qual veludo!

Eu não quero quebrar esta magia!
Silêncio...a noite morre...é quase dia.
E eu não sei quem sou, nem onde vou.

Nada murmura...nada...tudo dorme.
A noite é para mim deserto enorme,
Aonde meu destino me atirou!

Otília Martel 
in “Menina Marota”
lido por Ana Maria Roseira

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