NATAL
PEQUENINO
Natal!
Que imensa saudade,
Me vem
trazer este dia!
- Sendo
a data de alegria,
Só
amargura me invade…
Quando
páro o pensamento
Num
longínquo sol de outrora,
Sempre
um sorriso me aflora…
- Oh,
que doce esse momento!
Sou de
novo pequenino:
Meu pai
vive; é farto o lar…
- Eu
sonho, ao ver-me sonhar,
Anjinho,
ainda sem tino.
Como vai
longa essa idade!...
A
pensar, extasiado,
É bem
presente o Passado,
O
Presente é só saudade!
Não há
ódios, não há fome;
Não há
sangue, não há lutas;
Não se
levantam disputas
Que o
Amor logo não dome…
Mas o
sereno sorriso
Breve se
muda em tormento:
Dos
lábios brota um lamento,
Nos
olhos pranto por riso…
Que
lucrei em ter crescido?
Que
maior bem encontrei,
Pelos
trilhos que pisei,
Para um
fim desconhecido?
Oh!
Pudera eu ter ficado,
Nas
palhas de um bercinho,
Só
coberto de carinho,
Sem
ambições, nem cuidado.
O Menino
faz girar
O mundo
todo aos seus pés…
-
Conquista-o de lés-a-lés,
Sem
sequer saber andar!
Manoel
do Marco
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