quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

NATAL PEQUENINO

 
NATAL PEQUENINO
 
Natal! Que imensa saudade,
Me vem trazer este dia!
- Sendo a data de alegria,
Só amargura me invade…
 
Quando páro o pensamento
Num longínquo sol de outrora,
Sempre um sorriso me aflora…
- Oh, que doce esse momento!
 
Sou de novo pequenino:
Meu pai vive; é farto o lar…
- Eu sonho, ao ver-me sonhar,
Anjinho, ainda sem tino.
 
Como vai longa essa idade!...
A pensar, extasiado,
É bem presente o Passado,
O Presente é só saudade!
 
Não há ódios, não há fome;
Não há sangue, não há lutas;
Não se levantam disputas
Que o Amor logo não dome…
 
Mas o sereno sorriso
Breve se muda em tormento:
Dos lábios brota um lamento,
Nos olhos pranto por riso…
 
Que lucrei em ter crescido?
Que maior bem encontrei,
Pelos trilhos que pisei,
Para um fim desconhecido?
 
Oh! Pudera eu ter ficado,
Nas palhas de um bercinho,
Só coberto de carinho,
Sem ambições, nem cuidado.
 
O Menino faz girar
O mundo todo aos seus pés…
- Conquista-o de lés-a-lés,
Sem sequer saber andar!
 
Manoel do Marco

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