MALHADORES
Toda a
tarde ouvi manguais,
Bater no
chão da eira,
Fazendo
saltar o grão
E uma
nuvem de poeira…
Os homens
exsudando,
Sob o
Sol escaldante,
Espalham
o grão,
Numa
alegria contagiante!
Ao fim
da tarde, soltam o brado:
- Já
malhou! Já malhou!
E o eco
responde pelas quebradas…
O seu
grito é tão forte,
Que se
ouve à distância…
As
mulheres afadigam-se, então.
Pegando
nos crivos apanham o grão.
Erguem-nos
ao céu
E na
aragem que se levanta,
Caem as
palhas
E o
centeio fica nas malhas.
Outras
na eira pegam nos engaços
Juntam a
palha, em molhos,
Que os
homens ajudam a apertar
E nos
carros de bois,
Os vão
empilhar!
Ao
escurecer, pelos caminhos,
Arrastam-se
os carros e os ancinhos.
O chiar
dos eixos enche o ar,
De
alegre música e belo cantar!
E na poesia,
do fim do dia,
A minha
alma fica a sonhar…
Um leve
aperto no coração,
A lida é
finda, mas para mim não!
Irene
Costa
in “Teia de Afectos”
Sem comentários:
Enviar um comentário