quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A brisa gelada açoita meu peito


A brisa gelada açoita meu peito
lembra que não é para todos o Natal
lembra o bacalhau, o peru a preceito
E o bolo-rei com sua fava divinal.
E há os que não têm uma família,
não têm uma lareira a crepitar,
nem sequer uma fatia de pão
que mate a fome, que sirva de jantar.
Corpos sem raízes vagueiam pelas ruas
deambulam num universo de dor,
choram vidas perdidas, de cor nuas
onde falta tudo, sobretudo amor.
Mas neste tempo de Natal
também vemos felicidade.
Crianças a brincar na rua
coisa que é própria da idade.
Correm para a árvore enfeitada…
Pejada de bolas, de fitas e de luz,
esperando ter no sapatinho
uma pequena prenda de Jesus.
Desembrulham com alegria
seus presentes de Natal.
Trocam brinquedos por sonhos.
Que pode isso ter de mal?
Depressa passa o Natal,
de mansinho vai embora
É o ano velho que finda.
É o novo que aguarda lá fora.
Com espumante brindamos.
Pedimos um sonho por passa.
Com esperança nos abraçamos.
É mais uma quadra que passa.
Foi tão fogaz, tão passageira
Foi estrela que mal brilhou
já não crepita a lareira
Foi sonho que se apagou.
2009
Alice Santos

Sem comentários:

Enviar um comentário