A brisa
gelada açoita meu peito
lembra
que não é para todos o Natal
lembra o
bacalhau, o peru a preceito
E o
bolo-rei com sua fava divinal.
E há os
que não têm uma família,
não têm
uma lareira a crepitar,
nem
sequer uma fatia de pão
que mate
a fome, que sirva de jantar.
Corpos
sem raízes vagueiam pelas ruas
deambulam
num universo de dor,
choram
vidas perdidas, de cor nuas
onde
falta tudo, sobretudo amor.
Mas
neste tempo de Natal
também
vemos felicidade.
Crianças
a brincar na rua
coisa
que é própria da idade.
Correm para
a árvore enfeitada…
Pejada
de bolas, de fitas e de luz,
esperando
ter no sapatinho
uma
pequena prenda de Jesus.
Desembrulham
com alegria
seus
presentes de Natal.
Trocam
brinquedos por sonhos.
Que pode
isso ter de mal?
Depressa
passa o Natal,
de
mansinho vai embora
É o ano
velho que finda.
É o novo
que aguarda lá fora.
Com
espumante brindamos.
Pedimos
um sonho por passa.
Com
esperança nos abraçamos.
É mais
uma quadra que passa.
Foi tão
fogaz, tão passageira
Foi
estrela que mal brilhou
já não
crepita a lareira
Foi
sonho que se apagou.
2009
Alice
Santos
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