sexta-feira, 23 de novembro de 2012

FIM

FIM
 
Quando eu morrer, amanhã
Não quero choro nem pranto, só quero ter por mortalha um lençol de pano branco.
Quero morrer de repente, sem tempo para sofrer, para tragédia demais me chega já o morrer.
Não quero padres, nem rezas, nem noitada de velório, deixem-me só no silêncio entre o Céu e o Purgatório.
Que não me tragam Capelas, Palmitos, ou Flores de Mão, quero uma rosa vermelha, bem da cor do coração.
Não quero que batam palmas ou entoem qualquer hino, deixem só por companhia o lento tocar dum sino.
 
Quando eu morrer, amanhã
E a terra me tapar, eu só gostava de ouvir, uma canção de embalar
 
Alexandre Mello – Alter
(Joaquim Godinho)
in “Luar dos Dias”
lido por Jorge Vieira

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