NÉCTAR
DOS DEUSES
Chego
até ti nua de preconceitos.
Na minha
entrega tudo vale, tudo é consentido.
Somos
dois corpos à deriva
Que se
encontram, se dão
Se unem
numa dádiva total.
Somos
Almas idênticas
Transfiguradas
numa só.
Amam-se,
desejam-se.
Adoro
fazer amor contigo.
Há em ti
algo que me chama, atrai como um íman.
Tuas
palavras são um bálsamo para minha Alma,
Teus
gestos carícias que me percorrem
Até ao
mais íntimo do meu ser.
Adoro
quando me abraças, acaricias.
Quando
teu abraço me rodeia o corpo
Tão unidos
que parecemos um só.
Delicioso
bailado começamos
Mais
delicioso é o seu final.
Bocas
que se atraem se beijam,
Bebem,
numa sede incontrolável
Corpos
que se unem, acariciam
Numa
ânsia de descoberta e de mais e mais.
Tudo
para nós tem que ser O MAIS
Nada
pela metade, tudo ou nada é o nosso lema.
Espero-te,
anseio-te, tenho fome e sede de ti,
Beijar-te
percorrer teu corpo
Fonte
que dá frescura e prazer.
Saciar-me
de ti e tu te sintas em mim
Bebendo
o vinho dos deuses delicioso,
Perfumado,
doce e acre por vezes
Sentindo-te
DIONÍSIO OU BACO,
Senhor
absoluto de meu corpo.
A ti me
entrego, sempre completa,
Minha
boca pousa na tua
Para
beber as últimas gotas
Da mistura
celestial que ela encerra.
Maria
Helena Ribeiro
in “Poemas à Toa”
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