quarta-feira, 23 de outubro de 2013

NÉCTAR DOS DEUSES



NÉCTAR DOS DEUSES

Chego até ti nua de preconceitos.
Na minha entrega tudo vale, tudo é consentido.

Somos dois corpos à deriva
Que se encontram, se dão
Se unem numa dádiva total.
Somos Almas idênticas
Transfiguradas numa só.
Amam-se, desejam-se.

Adoro fazer amor contigo.
Há em ti algo que me chama, atrai como um íman.
Tuas palavras são um bálsamo para minha Alma,
Teus gestos carícias que me percorrem
Até ao mais íntimo do meu ser.

Adoro quando me abraças, acaricias.
Quando teu abraço me rodeia o corpo
Tão unidos que parecemos um só.
Delicioso bailado começamos
Mais delicioso é o seu final.
Bocas que se atraem se beijam,
Bebem, numa sede incontrolável
Corpos que se unem, acariciam
Numa ânsia de descoberta e de mais e mais.
Tudo para nós tem que ser O MAIS
Nada pela metade, tudo ou nada é o nosso lema.

Espero-te, anseio-te, tenho fome e sede de ti,
Beijar-te percorrer teu corpo
Fonte que dá frescura e prazer.
Saciar-me de ti e tu te sintas em mim
Bebendo o vinho dos deuses delicioso,
Perfumado, doce e acre por vezes
Sentindo-te DIONÍSIO OU BACO,
Senhor absoluto de meu corpo.

A ti me entrego, sempre completa,
Minha boca pousa na tua
Para beber as últimas gotas
Da mistura celestial que ela encerra.

Maria Helena Ribeiro
in “Poemas à Toa”

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