quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CHARCO DE LUZ



CHARCO DE LUZ

Não divisámos um vulto
Nem um murmúrio se ouvia
Nas dunas só o tumulto
Da noite que acontecia
E a brisa bailava leve
Como uns lábios nos ouvidos
E o tempo imenso era breve
Nos nossos cinco sentidos

Ninguém seguiu nossos passos
Nem nos viu rolar na areia
Quando entornei nos teus braços
Toda a luz da lua cheia
Não nos chegavam do mar
Vestígios de voz alguma
Apenas o marulhar
De brancos leitos de espuma

Silêncio tenso e profundo
Segredos que a alma tem
Como se a noite no mundo
Não quisesse lá ninguém
E havia um charco de luz
Por sobre a água a bailar
Onde inocentes e nus
Nos deixamos naufragar

Fernando Campos de Castro
lido por Alice Santos

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