O ÚLTIMO RELÂMPAGO
- Adeus, adeus mundo de enganos.
E o maior enganador somos nós
próprios…
Entontecido e cego, sempre à sorte,
Iludido por mitos e miragens,
Entregue ao meu destino, fiz
viagens,
Num sonho lindo, sem pensar na
Morte…
Do credo antigo a decifrar mensagens,
Embebecido com seu verbo forte,
Que à perfeição e ao belo dava o
norte,
Gastei a juventude, sem paragens…
Acordo, de repente, velho e só,
Sem amor, sem ninguém ao pé de mim…
Num abandono dos que geram dó.
Em meu desânimo, ao sentir-me
assim,
Abraço-me no chão e, ao dar-me ao
pó,
Devagarinho, escrevo ainda: FIM!
Manoel
do Marco
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