EXISTÊNCIA
Escuto o silêncio da floresta e,
sinto o palpitar da vida!
O estalar dos galhos, o esvoaçar
dum pássaro,
O zumbido dum besouro, o agitar dos
ramos,
Beijados pela brisa soprando leve.
Neste silêncio vivo, encontro a
razão da minha existência,
Encontro-me só, perante o Criador!
Momento único! Expoente máximo dum
simples mortal!
Corre uma rajada de vento e faz sussurrar
as árvores,
Fazendo-me despertar desta magia.
Continuo, deambulando por este
bosque encantado…
Entretida num monólogo em que os lábios
não balbuciam palavras
Mas, uma torrente de perguntas me
assaltam a razão,
Será que um dia também, serei
apenas uma leve brisa que
ninguém vê mas sente?
Ou serei apenas ínfimo ponto
perdido no mundo cósmico do
Universo?
Não sei! Não sabe ninguém!
Sei sim que sou massa energética, partícula
vibrante dum plano
divino.
Sei que esta paixão pela vida que
me consome e inebria,
Um dia também será extinta e,
partirei com sentida despedida.
Para onde irei? Não sei… só sei que
para onde for, irei só.
Serei apenas um ponto que brilhará
tenuemente noutro plano,
Mas serei eu, só eu, ocupando o meu
espaço!
Ester
de Sousa e Sá
in “Entre
o Sono e o Sonho”
Antologia
de Poesia Contemporânea, Vol. IV
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