quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O SILÊNCIO


O SILÊNCIO

Pergunta ao silêncio
Pergunta-lhe a medo
Se ouve o lamento
Do meu coração
E lá do seu reino
De sombra e segredo
Lenta, lentamente
Ele diz-me: “Não”.

Eu conto ao silêncio
Que sinto saudade
Que quero teus beijos
Que gosto de ti
E lá do seu reino
Sem dó nem piedade
Entre dois bocejos
O silêncio ri!

Eu digo ao silêncio
Meus versos sentidos
Triste, tristemente
Suspiro meus males
Eu rasgo o silêncio
Com gritos contidos
E ele, indiferente
Murmura: “Não fales”

Se nem tu me ouves
Se te ris de mim
Se nem tu me atendes
Será o meu fim!
“O que é que aconteceu (?)
Não és meu amigo?”
Ele se enternece
E chora comigo

Maria Augusta Silva Neves

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