Quem de
mim se avizinha, quem de mim neste canto
se
abeira, quem me atordoa neste lugar de mim e de
ausência
se o
tempo me falta para a preguiça
que eu
quero, aqui, inteira?
Parte
dos ombros, omoplatas, alguma parte de mim
por todo
o corpo vai à solta, vai para onde não sei,
isso não
tendo, de qualquer modo, importância.
Praça da
Liberdade, rua Escura de desvios e latrinas
onde
cada olhar vai para nenhum olhar,
claraboias
em cima, ao meio de Santa Catarina,
rua de
comércio e passeio, de casa do Nobre
e do
Majestic;
pontes e
névoas, vértebras doridas, o cansaço
estremece
na cidade inteira, e adormeço
junto ao
colo, em teu regaço, e vejo-te
e tu a
mim encostada ao poente
e à memória
de todos os encontros que,
verdadeiramente,
nunca quis.
Helga Moreira
in: “Ao Porto” Colectânea de Poesia sobre o
Porto
Adosinda Providencia Torgal
Madalena Torgal Ferreira
lido por Idiema
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