quarta-feira, 22 de maio de 2013

VIVA O AMOR!


VIVA O AMOR!
O amor é o AMOR. Assim como quem sente, assim como quem pensa, assim como a quem dói. Mas o amor é consciente, tem consciência de si e de quem ama. O Amor é eloquente, sabe dizer o que o intriga, o que lhe vai na alma. O amor é uma perturbação, uma verdade fulgurante, é uma dádiva que não se sabe de quem nem de onde vem, alimenta-se a si próprio de esperança e de projectos para o futuro.
O AMOR trabalha com o tempo, com a distância, molda o que o cerca às suas necessidades e ao bem-estar da pessoa amada. O Amor é uma orquestra muito bem afinada, só de dois músicos apenas e, às vezes, de uma cidade inteira. Pode dissolver-se como uma gota de água. Capaz de gerar uma revolução, pode morrer com uma gargalhada, ou uma frase maldosa numa carta escrita.
O AMOR é solidário, pode ser oferecido a muitos ao mesmo tempo, como nos hospitais ou nas famílias numerosas. O Amor é rebelde, não se verga aos interesses do dinheiro ou da política. O amor é revolucionário, desfaz todas as conveniências, todos os preconceitos, vai direito ao fim que se propôs: a felicidade.
O AMOR é a alegria, um estado puro do contentamento, às vezes um silêncio na paisagem do mar, uma praia deserta à luz das estrelas, uma voz de criança que começa a pairar. O Amor é o sumo das palavras, a bandeira do Poeta, a reflexão do cientista.
O AMOR respira-se. Ouve-se para acabar com todas as guerras, com todas as tragédias, com todas as raivas, só que há sempre um surdo, um infeliz por perto que não ouve a voz do Amor, que se esqueceu do beijo de sua Mãe quando era bebé. O Amor é transigente, esquece quem o ofendeu, quem o maltratou. O Amor convida os idosos a serem jovens, incita-os a uma esperança renascida, sopra nas brasas esquecidas e ateia os seus perenes fogos. O Amor dá asas aos pés, suavidade às mãos que acariciam, delicadeza às palavras roucas, fraternidade aos desamparados.
O AMOR acontece nos animais porque o Amor é um instinto de sobrevivência. O Amor é juvenil como juvenil é o casamento dos velhos. A idade do Amor é por excelência a juventude. O Amor não tem conta bancária nem cartão de contribuinte. O Amor é um estado de superação. O planeta Terra é feito de Amor. O Amor põe a nu as maldades, é o contrário da hipocrisia, da inveja, do negócio. Tudo o que é negociável não pertence ao Amor.
O AMOR é viajar, descobrir cem países diferentes, falar com todos, dialogar sempre. O Amor nunca poderia aprender-se na Universidade. O amor existe em todos nós ao nascermos como uma condição da existência. A evolução técnica e científica desenvolve-se à sombra do Amor. O Amor escreve-se!

Fernando Morais
in “Poetas da Rua”

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