SONHOU
REALIDADE
Vou-me
embora
levo os
sorrisos comigo
e os
bolsos vão vazios
dos
sonhos de primavera
que
deixei a hibernar.
Vou-me
embora, deixo-te as mãos
com os
dedos, esquecidos
frios e
recolhidos
nos
bolsos da solidão
na
partida (pois vou-me embora)
vejo que
a vida deserta
se
despede em sarcasmo
acenando
à janela
o tempo
branco cansado
que eu
não soube pintar.
Vou-me
embora, já não espero
liberto
os olhos de choros
que se
fazem tanto mar
deixo
palavras vazias
leves,
ocas, sem sentido
capazes
de navegar.
Nuno
Guimarães
lido
por Fátima Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário