OS
MEUS OITO ANOS
Oh!
que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida…
Da minha infância querida…
Que os anos não trazem mais…
Da aurora da minha vida…
Da minha infância querida…
Que os anos não trazem mais…
Que amor, que sonhos, que flores…
Naquelas tardes fagueiras…
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Como
são belos os dias
Do despontar da existência!...
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
Do despontar da existência!...
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,…
A vida – um hino d’amor!...
Que
auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria…
Naquele ingênuo folgar!...
Que noites de melodia
Naquela doce alegria…
Naquele ingênuo folgar!...
O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia…
E a lua beijando o mar!...
Oh !
dias de minha infância!
Oh ! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!...
Oh ! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!...
Em vez de mágoas de agora…
Eu tinha nessas delícias…
De minha mãe as carícias…
E beijos de minha irmã!...
Livre
filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito
De camisa aberta ao peito
- Pés descalços, braços nus –
Eu ia bem satisfeito
De camisa aberta ao peito
- Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,…
Atrás das asas ligeiras…
Das borboletas azuis!
Naqueles
tempos ditosos……….
Ia colher as pitangas……..
Trepava a tirar as mangas…
Brincava à beira do mar……
Ia colher as pitangas……..
Trepava a tirar as mangas…
Brincava à beira do mar……
Rezava às Ave-Marias,…
Achava o céu sempre lindo,…
Adormecia sorrindo…
E despertava a cantar!...
Oh !
que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida…
Da minha infância querida…
Que os anos não trazem mais…
Da aurora da minha vida…
Da minha infância querida…
Que os anos não trazem mais…
- Que amor, que sonhos, que flores,…
Naquelas tardes fagueiras…
À sombra das bananeiras……
Debaixo dos laranjais!
Casimiro
de Abreu
lido
por António D. Lima
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