quarta-feira, 24 de abril de 2013

DESPEDIDA


DESPEDIDA

- Neste cais,
meu amor
Desabraço o teu abraço
E os meus olhos são inundados
Por ondas de tristeza
Que não cabem na grandeza
Do mar de outrora
Agora, mar de pobreza,
mar cão,
Este mar cavado de aflição
Que Me rejeita e manda embora

Deste cais, meu amor
Partem os meus olhos
Grávidos de saudade

- Vai meu amor
Vai e encontra outro cais
Porque neste mar de chão torto
Já não há vaga, já não há barco
Que nos salve e leve a bom-porto

E se encontrares
Um marinheiro de outrora
Diz-lhe que se fique,
Que não se venha embora
Porque neste mar que desespera
Há mais gente que parte
Há mais gente que chora
E há mais gente que a morte espera!

Angelino Silva
in “Diáspora”

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