quarta-feira, 24 de abril de 2013

CORRESSE, BASTARIA


CORRESSE, BASTARIA

Comecei em criança traquina e feliz
ignorando da dor a matriz
por não contar voltas que o mundo daria;
- Corresse, a mim tudo chegaria.

«Pontapeia a bola Sebastião…
(… recebida no peito colocada no chão)
toma aí vai que grande bordoada
gooolo… esta é pa consoada!»

Pulávamos de peito qual contentamento
sob olhares de garinas, bola ao centro.
- À noite Pepsis na esplanada d’Apollo
sabendo-se lá com alguma no colo!

Mas o mundo girou e com ele girei
entre risos, tiros, lágrimas, gritei!:
«Tardas ó sonhada independência
q’ empedernida será por gasta paciência

Desconhecendo, certos arquitectos
Por longe, as q eram caboucos e tectos
desenhavam mapas de desgraça
para aniquilar o sonho duma nova raça

Rolou o globo, rolaram os meses
nas onde sem parar, sangradas por vezes
ao limite permitido pela emoção
até ao dia que me ofereceram a traição

Recomecei, olhando-me adulto e infeliz,
nova revolução, a que nunca quis.
- Voando percebi, que jamais alcançaria
o que antes, apenas correndo bastaria.

Cito Loio
6/3/2013

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