CORRESSE, BASTARIA
Comecei em criança traquina e feliz
ignorando da dor a matriz
por não contar voltas que o mundo
daria;
- Corresse, a mim tudo chegaria.
«Pontapeia a bola Sebastião…
(… recebida no peito colocada no
chão)
toma aí vai que grande bordoada
gooolo… esta é pa consoada!»
Pulávamos de peito qual
contentamento
sob olhares de garinas, bola ao
centro.
- À noite Pepsis na esplanada d’Apollo
sabendo-se lá com alguma no colo!
Mas o mundo girou e com ele girei
entre risos, tiros, lágrimas,
gritei!:
«Tardas ó sonhada independência
q’ empedernida será por gasta
paciência
Desconhecendo, certos arquitectos
Por longe, as q eram caboucos e tectos
desenhavam mapas de desgraça
para aniquilar o sonho duma nova
raça
Rolou o globo, rolaram os meses
nas onde sem parar, sangradas por
vezes
ao limite permitido pela emoção
até ao dia que me ofereceram a
traição
Recomecei, olhando-me adulto e
infeliz,
nova revolução, a que nunca quis.
- Voando percebi, que jamais
alcançaria
o que antes, apenas correndo
bastaria.
Cito
Loio
6/3/2013
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