Os Poemas
O poema é um pedaço d’alma!
É por isso que eu ando por aí
retalhada e pela tarde calma.
Sou árvore que em folhas me perdi…
São minhas as sementes que produzo,
que formam veias, que de mim se
soltam…
E, nesta forma de ser eu induzo
que os poemas vão, mas outros
voltam.
Ai, mas de que lenho eu serei
feita?
Sou frágil… Às vezes o poema chora…
Logo a rima em mim se aleita,
depois me renega, vai-se embora…
Fico triste, sentindo-me sozinha
e no silêncio que me rodeia,
como frágil voo de andorinha,
outro poema surge na ideia!
Os poemas são mesmo como aves,
que saem voando mão em mão!
E são rios sem peia, sem entraves,
nascidos num sensitivo coração!
Maria de Lourdes Martins
in "Colectânea Galeria Vieira Portuense 2012"
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