EFEMERIDADE
Era um
pontinho luzente
Que, no
meu deslumbramento
Julguei
estrela cadente
A bailar
no firmamento
Envolto
no nevoeiro
Vai
descendo lentamente
Para mim
era um luzeiro
Que
queria sempre presente
Ao
descer, se me afigura
Uma gota
cristalina
Era uma
lágrima pura
Vinda da
face divina
Essa
lágrima tão bela
Eu a
quisera guardar
Para
poder fazer dela
A pérola
do meu colar
Mais
próximo agora parece
Libelinha
prateada
Com que
leveza estremece
As asas
feitas… de nada!
Está
quase ao meu alcance
Mas não
se deixa tocar
Tem a
cor do diamante
Ainda
por lapidar
E o
pontinho reluzente
Distante,
suave e breve
Baila
aqui à minha frente
É um
floco de neve
Deixa-me
um sopro gelado
Na palma
da minha mão
Escorre
entre os meus dedos
E morre…
ao cair ao chão!
Maria
Augusta da Silva Neves
in “Turbilhão de Emoções”
lido por Maria de Lourdes Martins (Ludima)
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