CONTO DE NATAL
(Fantasia de Natal)
Natal é Mistério.
O Natal tem Fantasia.
Quando eu era pequenina,
perguntava à minha Mãe:
- Quem coloca as prendas no sapatinho,
na noite de Natal?
Docemente me respondia:
- É o “Menino Jesus”,…
vem do Céu e desce pela chaminé.
Para mim era mistério,
na minha tenra inocência,
sem perguntar, acreditava.
Fui crescendo, ganhando tino,
já fazia os meus juízos,
me interrogava:
- Então o “Deus Menino”,
tão perfeito e tão lindo,
desce pela chaminé?
Ele deixa-se sujar na fuligem,
as suas alvas roupas imaculadas?
Sábia na resposta, minha Mãe dizia:
- Quando estamos deitados…
lá para depois da meia-noite,
(que a hora não importa)
ouço bater: truz, truz, truz.
Levanto-me, abro,…
mas ninguém está à porta.
- Quem é Mãezinha, quem é?
-É um “Anjo”.
E traz o “Menino Jesus”,
para colocar as prendas no sapatinho,
à beira da chaminé.
- E tu já o viste?
- Não! Porque me vou deitar.
E o mistério permanecia…
sem perguntar aceitava,
na minha fantasia.
O tempo passou, passou…
E surgiu o Pai-Natal!
Como devia ser lindo!
Contavam: que vivia num País frio,
com muita neve branquinha,
lá para o Pólo Norte.
Era um velho com sorte!
Vinha num trenó, cheio de prendas,
puxado por quatro renas.
A minha maquineta, matrequilhava:
- Trenó?
Bem, nas nuvens de algodão, deslizava…
Mas as renas? Porquê?
Se não há estrada.
Novamente o mistério permanecia…
e na minha inocência, aceitava.
Um dia conheci o Pai-Natal!
Tinha a pele rosada,
gordo, bonacheirão,
com barbas muito branquinhas.
Vestia-se de alegria…
Para mim é o símbolo
da boa disposição.
Contam os antigos;
aqueles
que são sábios nos ditos,
que o Pai-Natal,
era um Homem normal,
mas
tinha boa disposição e
a todos levava “Alegria”
na noite de Natal.
Mas a vida é uma escola…,
uma bebida aproveitou a ocasião,
vestiu-o de branco e vermelhão,
é a cor da Coca-Cola.
Hoje há tanto Pai-Natal,
que até anda ao tropeção.
Para mim já não há mistério,
mas continua a fantasia…
E quando me lembro com nostalgia,
o Natal da minha infância ou:
- Quem dá as prendas?
me pergunta uma criança!...
Paro, recordo e respondo,
disso faço jus,
que para mim no Natal,
quem dá as prendas:
É sempre o “Menino Jesus”.
Fernanda Garcias
Dezembro 2003
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