CANTO O CORPO DA SOLIDARIEDADE
Canto os
olhos cansados de esperar
das tristes "Mães de Maio", da Argentina,
canto os olhos que teimam em sonhar
uma África sem «aves de rapina»
e os olhos que aprenderam a negar
a guerra nuclear e assassina !
Eu canto todo o peito que se estende
construindo o Futuro no planeta,
eu canto todo o peito que defende
a Paz e a Liberdade como meta,
e o peito que não verga, nem se vende
perante a ameaça da espoleta!
Canto as pernas das longas caminhadas
contra os ventos uivantes da opressão,
canto as pernas das marchas prolongadas
em êxodos enormes pelo pão,
e as pernas que, já velhas, já cansadas,
verticais se mantêm sobre o chão !
Canto as mãos da ajuda missionária
que não olha a fronteiras, credo ou cor,
canto as mãos da batalha necessária
contra todas as formas de terror,
canto as mãos da carícia solidária
que cobrem de ternura a própria dor!
Canto a seiva do corpo: a Liberdade !
Canto o sonho da Paz apetecida !
E ao cantar assim a humanidade
pelo globo em pedaços repartida,
canto o corpo da Solidariedade:
das tristes "Mães de Maio", da Argentina,
canto os olhos que teimam em sonhar
uma África sem «aves de rapina»
e os olhos que aprenderam a negar
a guerra nuclear e assassina !
Eu canto todo o peito que se estende
construindo o Futuro no planeta,
eu canto todo o peito que defende
a Paz e a Liberdade como meta,
e o peito que não verga, nem se vende
perante a ameaça da espoleta!
Canto as pernas das longas caminhadas
contra os ventos uivantes da opressão,
canto as pernas das marchas prolongadas
em êxodos enormes pelo pão,
e as pernas que, já velhas, já cansadas,
verticais se mantêm sobre o chão !
Canto as mãos da ajuda missionária
que não olha a fronteiras, credo ou cor,
canto as mãos da batalha necessária
contra todas as formas de terror,
canto as mãos da carícia solidária
que cobrem de ternura a própria dor!
Canto a seiva do corpo: a Liberdade !
Canto o sonho da Paz apetecida !
E ao cantar assim a humanidade
pelo globo em pedaços repartida,
canto o corpo da Solidariedade:
a única
que dá sentido à Vida !
Fernando
Peixoto
lido
por Alzira Santos
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